segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais uma versão moderna da história "A cigarra e a formiga"

A Cigarra e a Formiga

      Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra que eram muito amigas.
      Durante todo o outono a formiguinha trabalhou sem parar a fim de armazenar comida para o período  de inverno. Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem do bate papo com os amigos ao final do expediente de trabalho para tomar uma cerveja. Seu nome e sobrenome  era trabalho.
     Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas   rodas de amigos, nos bares da cidade. Não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu para valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
     Então, passados alguns dias, começou a esfriar, era o inverno que  estava começando.A formiguinha exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca, repleta de comida. Mas, alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca e quando  abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu.
     Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari com um maravilhoso casaco de vison. E a cigarra falou para a formiguinha:
     - Olá, amiga, vou  passar o inverno em Paris.   Será que você podia cuidar de minha toca?
     E a formiguinha respondeu:
     - Claro, sem problemas, mas o que aconteceu que você está com esta Ferrari e vai para Paris?
     A cigarra respondeu:
     - Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor  gostou de minha voz e fechei um  contrato de seis meses para fazer shows em Paris.  A propósito, amiga, deseja
  algo de lá?
     Respondeu a formiguinha:
     - Desejo, sim, se você encontrar por lá o  La Fontaine, o autor da nossa história, mande ele  pro “quinto dos infernos”!!!

Moral da história:

Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine.


Outra versão moderna da história "A cigarra e a formiga"

As formigas e a cigarra
Autor: Ricardo da Cunha Lima
Livro Cambalhota
Editora: Cia das Letrinhas, São Paulo, 2003

Havia chegado o inverno
E, sem nada na barriga,
A cigarra foi atrás
Das vizinhas, as formigas:

-Por favor, minhas amigas,
Peço um pouco de comida,
Pois estou ficando fraca
E corro risco de vida.

As formigas responderam:
-Mas enquanto era verão
Nós ficamos trabalhando.
O que fez você, então?

E a cigarra respondeu:
-Eu fiquei na cantoria
Das mais lindas melodias,
Dia e noite, noite e dia.

E as formigas declararam:
-Nós não vamos repetir
O erro de nossas avós.
Temos pão pra repartir.

Entre aqui na nossa casa,
Coma o que tiver vontade,
Pois o seu cantar é belo
e tem muita qualidade.

Ao mostrar a sua arte,
Você nos fez muito bem.
Cultivou a nossa alma,
Não podemos ficar sem.

As formigas mais antigas
Não sabiam que na arte
Existe dedicação,
Há suor em cada parte.

O que fazem os artistas
É um trabalho, e de valor.
Eles devem ser tratados
Com respeito e com amor.



Histórias clássicas e suas versões modernas...

Quem não conhece a história clássica da Cigarra e a Formiga, de La fontaine?!

Leia a versão moderna...

 

Livro: “ Cigarra & Formiga Produções Artísticas”,

De Ieda de Oliveira

Ilustrações: Maria Eugênia,
Coleção: Larousse Júnior

Editora: Larousse do Brasil, São Paulo, 2006


Às vezes, tudo o que a gente precisa é relaxar ao som de uma boa música.  Ainda mais a Marcela, que tem um trabalho superestressante.  Mas a cigarra Cibele não canta de graça.  Ela é profissional.  Quem quiser ouvir, tem que pagar.  Afinal, quem inventou que músico não é trabalhador?  O livro faz uma releitura moderna do clássico de La Fontaine, desmitificando com muito humor e inteligência o conceito burguês de trabalho.

Depois de trabalhar um verão inteiro armazenando alimentos para o inverno, Marcela estava esgotada.  Não agüentava  carregar nem mais um grão, muito menos fazer grandes caminhadas.  Essa coisa de trabalhar o tempo todo já estava dando nos nervos.  Sentiu que precisava urgentemente fazer alguma coisa para se distrair.
Já tinha ouvido falar que no sítio Leporá, perto dali, poderia ouvir muita música e espairecer ao canto da Cibele, que, segundo disseram, era dona de uma voz maravilhosa.
Resolveu ir procurar a cantora e poder então descansar ao som do belas melodias.

Reuniu o resto das forças e foi.  Não demorou muito para chegar ao sítio.  Assim que atravessou a porteira, pediu informações de como poderia encontrar Cibele.  Soube então que estava perto dali, cantando à sombra de uma bela árvore, num lugar fácil de chegar.  Bastava prestar atenção e seguir o som.  Ela assim o fez.  Apurou os ouvidos, foi se aproximando e em poucos minutos pôde avistá-la.  Dirigiu-se a ela afoitamente:
- Boa tarde! Eu sou a Marcela!
-Oi, Marcela, tudo bem?
-Tudo.  Seu nome é Cibele, não é?

-Ham,ham..., mas pode me chamar de Ci.
- Tá legal.  Sabe, Ci, eu vim de longe pra ouvir você cantar.  Ando tão  estressada...  Não agüento mais só trabalhar... Preciso me distrair  um pouco.
- Olha só, Marcela, o problema é o seguinte: andaram espalhando por aí umas histórias de que eu não quero  nada com o trabalho, de que vivo cantando, mas a coisa não é bem assim.  Eu sou uma profissional.  Posso cantar, mas você vai ter de pagar meu cachê.

- Cachê?  Mas  onde  já se viu cigarra cobrar cachê?
- E onde já se viu formiga estressada?  Se você não quer pagar, tudo bem.  Volta lá pro seu formigueiro, que eu não “to”  nem aí.
- Sei, sei... Quero ver é no inverno como é que você vai se virar.

_ Olha só, sua formiga folgada, isso é problema meu.  Você nunca ouviu falar em chalé, lareira, colchão de penas de ganso?...
_ E como é que você vai conseguir isso?
_ Ué, dou um jeito...
_ É... Quero ver.  O que eu sei é que quando a coisa aperta, vocês correm para a casa da primeira formiga que encontram.

_ Que mentira!  Quem foi que inventou isso?
_  Olha só, não sou eu que estou na sua porta pedindo.  Você é que está aqui, toda estressadinha, querendo show de graça!... De graça, minha filha, só canto quando quero e agora, definitivamente, não quero.  Ou paga ou nada feito.

Depois de algum tempo de hesitação, Marcela achou melhor concordar em pagar o cachê.  Estava cansada demais pra voltar para casa ou ficar discutindo.  Precisava, com urgência, se distrair.  Concordou em pagar.  Ci, então, começou animadamente a cantar.  E cantou, cantou, cantou... e quando mais a cigarra cantava, mais Marcela se encantava com o seu talento.

Depois de algumas  músicas, Ci fez um pequeno intervalo e Marcela aproveitou para  perguntar se ela cantava em outros sítios ou só naquele.  Ci respondeu que só ficava ali, porque daria muito trabalho procurar outros lugares para se apresentar e ela não tinha jeito pra isso. Marcela então ficou pensando, e teve uma idéia.
_ Ci, o que você acha de ter uma empresária?
_ Empresária?  Como assim?

_ Ah!, alguém que goste de música e que entenda de negócios, que possa viajar, fazer contatos, promover shows, colocar você na televisão, no cinema, no mundo todo!
_ Nossa, acho uma maravilha!  Aparecer na televisão e no cinema sempre foi o meu sonho.  Já tenho até o nome do meu programa: CI ME SHOW.  Mas você conhece alguma empresária?

_ Conheço!
_ Quem?
_ Eu!
_ Você?  Mas você é formiga!  Eu nunca ouvi falar de formiga empresária.
_ Nem eu, mas e daí?  Uma vez tem de ser a primeira.  Olha só: eu gosto de trabalhar andando de um lado pra o outro, gosto de música, gosto de fazer negócios.  Nós poderíamos ser parceiras.

_ Por mim, tudo bem, mas o que o pessoal do seu formigueiro vai dizer?
_ Não sei, talvez seja um escândalo.  Talvez achem um absurdo uma formiga trabalhando com uma cigarra.  Cá pra nós, eles acham que cigarras só gostam mesmo é de cantar, que são preguiçosas e improdutivas.
_ Mas, que injustiça, que absurdo!  E cantar não é trabalho, por acaso?
_ Claro que é, imagina, amiga!  Por isso nós poderíamos juntar nossos talentos.  Você trabalha cantando e eu trabalho divulgando seu canto.  Muito mais gente vai poder ouvir sua voz e vamos trabalhar nos divertindo.  Sem esquecer que vamos ganhar muito dinheiro.  O que você acha?  Negócio fechado?
_ Claro, fechado.  E quando é que começamos?
_ Agora.

E assim, para escândalo geral do formigueiro e adjacências, foi criada a CIMIGA & FORGARRA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS. O sucesso foi tanto, e elas ficaram tão  ricas e tão famosas, que muita gente resolveu seguir o exemplo e se unir para fazer parcerias.

O Lobo e cordeiro, por exemplo, criaram a Lobocor Advogados Unidos, escritório especializado em defesa dos fracos e oprimidos; aí um outro lobo, o guará, gostou da idéia e criou junto com o tamanduá, o Tamanguará & Cia.,  empresa de defesa dos animais e seu habitat.  Já a rã e o boi fundaram a Râmboi Associados, academia de ginástica para o corpo e a mente, enquanto o gambá se juntou com a hiena, fundando a Gambena Risos & Repelentes Ltda.,  empresa especializada em afastar com sorrisos os insetos indesejáveis.

E você?  Já pensou com quem  pode se juntar  para fazer uma boa parceria?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

História: "A vinda da nona"

História: “A vinda da nona”
 (Adaptação: Gina Adriana Arcerito Dias)
De Ieda de Oliveira
Do livro: Contexto Sinistro

Editora ao Livro Técnico


A história que eu vou contar aconteceu comigo.  E vocês nem imaginam o que foi! Na rua onde moro, também mora uma família de italianos.  Por parte de mãe, FINOTTI, por parte de pai, ARCERITO.
Eu sempre observei a vida que eles levam.
Falam alto demais, gesticulam muito, conversam com as mãos.
Adoram música.  Cantar e dançar.  Às vezes, quando tem alguma discussão, é muito engraçado, tudo acaba em gostosas gargalhadas.

O italiano, sr. Giuseppe Arcerito tem outros irmãos, mas foi o único filho  que veio morar no Brasil.  Vive aqui há 59 anos, mas nunca se desligou da sua Itália, porque de lá, a matriarca, nona Francesca, controla a vida de todos, da Itália e daqui também.

A família ARCERITO é muito alegre e feliz, por isso tem muitos amigos como eu, que passei a frequentar muito a casa desses italianos.

Um dia, fui convidada a participar de uma das festas que a família dava.
O sr. Giuseppe ocupava a cabeceira da mesa e controlava toda a festa.
Naquele dia estavam comemorando  a chegada de uma enorme cesta de guloseimas que a nona Francesca tinha mandado da Itália.
Estavam acostumados a receber muitas cestas, que sempre vinham acompanhadas de uma carta da nona Francesca.
Só que desta vez, eles estavam achando estranho.  Não tinha vindo nenhuma carta com a cesta, acharam que tinha sido extraviada.

A cesta era maravilhosa!  E todos nós nos deliciávamos com os saborosíssimos queijos italianos,  magníficos vinhos tintos, salames de todos os tipos e tamanhos.  Mas nessa cesta tinha uma surpresa!  Algo diferente! Um pote de tempero especialíssimo, que comíamos com a pizza.

Todos comiam e falavam ao mesmo tempo.
Em poucas horas conheci a história da família ARCERITO, de tanto que falavam, gesticulavam e reclamavam.
O sr. Giuseppe reclamava ao se recordar da sua velha Itália.
- Porca miséria!  Quanta coisa boa deixei pra trás!
E a mama Jandyra retrucava:
- Ma, come reclama he!!
- Não tô reclamando, tô com saudades, mama, que faço?!
- É sempre a mesma coisa, cala a boca e come e dê grazie a Dio!

Enquanto isso, no meio daquela confusão, nós íamos comendo e saboreando tudo o que a nona Francesca tinha mandado na cesta.  Mas a sensação da festa foi o tempero, diferente, divino, nunca tinha provado nada tão gostoso.  E o pote de tempero passava de mão em mão.
Depois de muito comer, beber, cantar e dançar, fui  pra casa muito feliz.

No dia seguinte, encontrei o sr. Giuseppe atravessando a rua com muita pressa e fui atrás dele.
Quando ele me viu ficou apavorado e começou a gritar:
- Você também, você também!
- Eu o que, sr. Giuseppe!  O que aconteceu?
- Uma tragédia, filha.  Uma tragédia, não imagina!
- Que tragédia, sr. Giuseppe, tô ficando assustada.
- Lembra da carta que não veio com a cesta da festa de ontem, pois bem, acabou de chegar.  Só que a carta não é da nona Francesca, é da tia Santina, dizendo que a nona Francesca morreu e que seu último desejo era vir para o Brasil, para ficar perto de nós.
Então, eles cremaram o corpo da nona Francesca e mandaram  as cinzas para o Brasil.
Eu disse a ele que sentia muito pela morte da nona Francesca e perguntei quando as cinzas iam chegar ao Brasil.
O sr. Giuseppe me respondeu que as cinzas já tinham chegado e ficou desesperado. 
E eu quis consolá-lo dizendo que a nona Francesca já estava muito velhinha e que ela tinha descansado e perguntei o eles iam fazer.
E ele me disse que iam se matar, pode isso, iam se matar!!!


Foi então que o sr. Giuseppe me contou a coisa mais terrível que jamais  ouvi na minha vida.
- Lembra da festa de ontem,  do tempero especialíssimo, raro?
- Ah, é sobre isso que quero falar com o senhor.  Eu quero a receita daquele tempero especial. Ah, é tradição de família, o senhor não dá a receita pra ninguém, não é não?!
- Não fala besteira menina!
- Por quê?  O que é  que tem o tempero?
- Ai Dio mio, pobrezinha, o tempero, que tragédia, nós comemos a nona na pizza!!!





terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cultura Organizacional



Assista este vídeo e veja se você já vivenciou  ou vivencia uma situação como esta. O que é preciso para transformar esta triste realidade?!

CONVIVÊNCIA



De maneira divertida este vídeo mostra uma das grandes dificuldades que infelizmente não é só do ser humano:  aceitar o diferente, respeitá-lo e aprender a conviver em harmonia.

Tecnologia e Metodologia



De nada adianta uma escola ter recursos tecnológicos se o educador não souber utilizá-los de maneira dinâmica e inovadora que leve o educando a construir  seu conhecimento.

Ziraldo - Ler é mais importante que estudar. Parte1



Ler é importante??!! Veja o que diz o grande escritor Ziraldo sobre a leitura e aprenda com ele como se escreve e se edita  um livro.

Ziraldo - Ler é mais importante que estudar. Parte2